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terça-feira, maio 19, 2009

Uma manhã


Mais uma vez o céu acordou de mau humor, e ao invéz do belo azul nos olhos, acordou com o ácido gosto cinza no céu da boca, o que não impediu suas estrelas de brilharem, ofuscadas pelo apático sol da manhã. Nem mesmo as ninfas das árvores urbanas, que há muito se acostumaram a dividir seus espaços com os gatos arrepiados das cidades, acreditaram nas cores que se desenrolavam nessa manhã. Um gato preguiçoso se acordou para ver que nada tinha no mundo que valesse a pena a sua filosofia ferina, ou mesmo um pingo de sua consideração, mas nem por isso deixou de sorrir para a velha infância que não se importava em bater na porta mais uma vez. Essa velha senhora de cabelos brancos e uma chupeta no bolso não espera, anda devagar, mas é difícil de esquecer, até hoje lembro de quando passou por aqui... que saudades. E então a mulher de olhar severo passou, não ia em direção ao cinema, mas sim em direção ao futuro, com passos firmes de quem já decidiu como e onde quer chegar, mas ela se perde em meio ao rebuliço que se tornaram as eras. Ela perdeu o seu tempo, que passou por seus olhos sem serem vistos, nem sentidos, nem vividos; Ela perdeu a consciência das cores, dos cheiros que inundavam a velha senhora de alegria, perdeu o tato, o gato não mais sorri mais quando ela passa, ela perdeu o brilho, se tornou ácida e cinza, perdeu o viço, a identidade... a noite cai e as estrelas brilham mais uma vez, a velha coloca a moça de passos firmes em sua cama, para que reflita. O que fizemos da nossa manhã?


R.G.Pfarrius

Um comentário:

Suellen Rubira disse...

obrigada pelo comentário no meu blog!!! passarei por aqui mais vezes! ;)

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