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domingo, maio 24, 2009

À noite


As luzes passam velozes por meus olhos, e não somente elas como as pessoas também, são apenas borrões indistintos. Não é a velocidade em que ando que me faz voar, mas a intensidade dos pensamentos alheios que me faz admirar a noite.
Nos bares eles e elas, sorrindo, blefando, beijando, amando, como se não houvesse amanhã, não houvesse nada além do momento. Não há segredos na noite, somente mistérios indecisos, insolúveis, além do véu escuro, luzes que luzem enquanto lampadas se apagam numa eroticidade inaudível e impalpável. Corpos se entrelaçam enquanto mentes vagam no limiar entre realidade e sonho e deixam-se levar pelo som da paixão noturna. À noite todos os gatos são pardos, mas também podem ser feitos de neón, ou de plumas, lycra, algodão, ou de qualquer outro fetiche que lhe admire. Nada há de perigoso na noite, nada além do jogo da sedução, jogo de gato e rato onde a ratoeira é uma cama com lençóis de algodão egipcio ou o banco de trás de um carro. Nada de admirável demais, somente diversão, para aqueles que a querem. As luzes passam velozes pelos olhos de todos somente para que se apaguem no fim da noite.

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