É no meu canto que canto a vida
e meu cantar é rouquidão,
é fantasia;
É aqui que me descaracterizo,
me reduzo, reciclo
no meu canto;
Mas é só aqui que me sonego
me sorrio, me entrego
me desfaço;
No meu canto que canto o amor
me limito e imito a dor
performático que sou
dramático!
É neste demasiado encantado canto
que me encanto e suplico
que explico o indizível, o perecível
o inabalável e incabível;
Num verdadeiro surto de idéias
em errôneas histórias
epopéias;
Me refaço na poesia poente
na iluminada nascente
na boca que de mim é ausente
carente!
É no meu canto que canto o cantar do belicoso
do libidinoso, do jocoso,
o gozozo;
Mas, gozado, meu tempo é cada vez menos
menos ameno, obsceno
Tem tempo para ser boêmio?
Excentrico, sim, louco... talvez
mas no meu canto tenho sensatez
tenho vento, altivo cenho que mira o horizonte
como Caronte, um horizonte escuro,
ou talvez, ou mesmo só um muro que se coloca a minha frente;
Saltar por cima, fora do jardim
inocente, quebre a corrente e venha comigo cantar!
Viajar!
Pense que, inocentemente, todos os homens estão carentes
de que a vida é plena e árdua,
não quero falar de nada!
nem vou falar de tudo!
nem mesmo com um sussurro, que
indizível não o diz, deixa-o feliz
de não saber o que é amor!
Não pule o muro, olhe pelas frestas da cerca
que não deixou de ser certa a altura do olhar
fique no seu canto onde o canto é puro e a beleza infinitamente bela;
Como numa caixa de lápis,
ou mesmo, numa aquarela!
R.G.Pfarrius
Talvez um pouco fora de controle, mas controlada pelo coração!
3 comentários:
Um encanto!
Beijos.
rimas perfeita.
parabéns e obrigada por me seguir
Nossa muito bom, realmente encantador. =D
Postar um comentário